Introdução à Diversidade da Vida


Para estudar qualquer assunto relacionado à biodiversidade é muito importante conhecer alguns conceitos e as aplicações deles em um texto. As perguntas acima são a base, se você folhear qualquer livro didático de biologia, você encontrará um capítulo introdutório sobre o assunto de biodiversidade que irá tratar justamente dos conceitos das palavras: Taxonomia, Sistemática e Árvore filogenética (ou cladograma).

A primeira pergunta é a mais difícil, ela ainda não tem resposta e talvez nunca seja respondida, o que temos são estimativas. A cada ano mais espécies são descobertas, porém muitas já foram extintas sem nem mesmo termos a chance de estudá-las.

TAXONOMIA é a área da biologia que identifica, nomeia e classifica os seres vivos. Carl Von Lineé  (1707-1778) Lineu, em português. Conhecido como o pai da taxonomia, foi médico, botânico e zoólogo. Um belo dia Lineu estava pensando na enorme quantidade de espécies que habitam a Terra, bem como na diferença de nome que um animal ou planta tem em diversos países. Claramente viu que isso era um problema, e começou a trabalhar em como poderia resolvê-lo.

O sistema de classificação que Lineu propôs é representado em categorias hierárquicas, que consiste na unidade básica que é a espécie, naquela época era entendida como um grupo de seres vivos semelhantes a um tipo ideal e eram imutáveis. As espécies semelhantes são agrupadas em um mesmo gênero. Os gêneros semelhantes são agrupados numa mesma família. As famílias são agrupadas em ordens, que são agrupadas em classes, que fazem parte de um filo, por fim os filos são agrupados em reinos.

Vemos a seguir o caso da espécie da onça pintada:


Lineu classificou ou seres vivos com base na semelhança que eles compartilhavam, mas isso nem sempre representa relações de parentesco evolutivo, pois na época ainda não se tinha o conhecimento da teoria evolutiva de Darwin. Mas pelo menos o sistema é didático, quando se fala na classe Mammalia sabemos que se trata de todos os mamíferos, sendo assim para as outras categorias.

O que podemos notar sobre o nome da espécie da onça pintada? 
Está em latim, tem dois nomes, sendo o primeiro referente ao gênero ao qual a espécie faz parte, inicia sempre com letra maiúscula. O segundo é próprio da espécie, chamado de epíteto específico. Além disso deve ser digitado em itálico e quando se escreve no papel deve ser sublinhado, cada nome separadamente. Essas foram as principais regrinhas dentre outras que Lineu estabeleceu para a nomenclatura científica, chamada de nomenclatura binomial. Isso facilitou a comunicação entre os cientistas de todo o mundo, o nome científico de uma espécie é o mesmo em todos os países.

SISTEMÁTICA é a área da biologia que estuda as relações evolutivas entre os seres vivos e seus padrões de parentesco e de evolução.
Darwin, buscando entender como as espécies se originam, percebeu que todos os seres vivos estão relacionados em maior ou menor grau, e compartilham um ancestral comum. Então, pensou em representar esse pensamento na forma de uma árvore:
Uma das principais escolas de sistemática que se baseia no pensamento evolutivo é a SISTEMÁTICA FILOGENÉTICA, também conhecida como CLADÍSTICA, seus fundamentos foram formulados principalmente por Willi Hennig (1913-1976).
A cladística só reconhece grupos de organismos que compartilham o mesmo antepassado comum, chamando este grupo de monofilético. 
Fica mais fácil de compreender quando olhamos um CLADOGRAMA, também conhecido por árvore filogenética, que é a representação gráfica da relação entre os organismos:
Os terminais são os organismos. Os ramos representam o processo de especiação chamado anagênese, que é quando um caráter surge ou se modifica em uma população ao longo do tempo. Os nós representam o processo de cladogênese, que é o processo de ruptura de uma população em duas, não havendo mais trocas de genes até se tornarem espécies diferentes, são os ancestrais comuns hipotéticos. A raiz é a origem.

Um grupo monofilético é aquele que inclui o ancestral mais recente do grupo. Um grupo parafilético não inclui todos os descendentes de um ancestral comum compartilhado. Já um grupo polifilético não inclui ancestral comum mais recente a todos os grupos, isso implica duas ou mais origens evolutivas distintas.
No exemplo acima, pinheiros (árvores coníferas) e árvores frutíferas compartilham um ancestral comum recente, logo são monofiléticos. Samambaias e coníferas são parafiléticas, pois as árvores frutíferas não estão incluídas. Por fim, musgos e coníferas são polifiléticos, pois não compartilham ancestral comum mais recente. Mas se considerarmos musgos + samambaias + coníferas + árvores frutíferas, o conjunto é um grupo monofilético, pois todas compartilham um ancestral comum que deu origem às plantas.

Existem muitos outros conceitos relacionados a este tema, mas por enquanto os conceitos apresentados aqui são o suficiente para introduzir os estudos sobre diversidade da vida. Os próximos posts abordarão termos mais específicos, mas sempre buscaremos esclarecê-los da melhor forma possível.


Bibliografia consultada:
Biologia hoje / Sérgio Linhares, Fernando Gewandsznajder, Helena Pacca. -- 3. ed. -- São Paulo : Ática, 2016.
Lopes, Sônia Bio, volume 2 / Sônia Lopes, Sergio Rosso. -- 3. ed. -- São Paulo : Saraiva, 2016.
POUGH, F. Harvey; HEISER, John B.; MCFARLAND, William N. A vida dos vertebrados. São Paulo: Atheneu, 2003.

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